Pela manhã de sexta-feira, centenas de estudantes das escolas de Peristeri, na região oeste de Atenas, segurando faixas onde se lia "O terrorismo deles não funcionará", marcharam pelas ruas da cidade para protestar contra o tiro na mão que um garoto de 16 anos recebeu na quarta-feira por um homem não identificado. Os estudantes também organizaram uma manifestação em Piraeus.
Ataque contra Instituto Francês: "Faíscas em Atenas, Incêndio em Paris. A Insurreição aproxima-se", sexta-feira (19)
Cerca de 20-40 pessoas atacaram com bombas incendiárias o Instituto Francês de Atenas -instituição educacional e cultural dependente do Ministério de Relações Exteriores da França-, nesta sexta-feira. Um dos explosivos lançados chegou a atingir o interior do edifício, mas não explodiu. As bombas queimaram a fachada e quebraram janelas no pátio interno. Na fachada, pintaram os seguintes dizeres: "Faíscas em Atenas. Incêndio em Paris. Insurreição se aproxima." Este acto foi, também, em solidariedade com os presos acusados de actos de solidariedade e sabotagens em ferrovias francesas, e os estudantes daquele país que estão nas ruas.
Hoje, sexta-feira (dia 20) continuam as acções por toda a Grécia
De acordo com o Sindicato dos Professores, 800 escolas no país estão ocupadas pelos estudantes. E mais de 200 faculdades.
Manifestantes atearam fogo ao prédio de uma companhia. Um grupo de jovens usando máscaras jogou uma bomba que danificou as instalações da Tirésias SA, companhia que armazena dados sobre portadores de cartões de créditos. O prédio foi incendiado e destruído.
Os manifestantes gregos continuam a atacar os símbolos do Natal. Um grupo de duas centenas de manifestantes entrou em confronto com a polícia ao tentar botar abaixo a principal árvore de Natal no centro de Atenas, que já foi destruída uma vez. A polícia teve de defender aquele símbolo da fúria dos jovens com gás lacrimogêneo e cassetetes. Provocando um corre-corre e assustando os consumidores que fugiram do centro comercial da cidade.
Uma das frases mais pichadas no centro da capital negra passou a ser "Boa Crise e um Feliz Medo Novo", que ironiza a conhecida frase de "Bom Natal e Feliz Ano Novo".
Durante o dia mais ações "anarco-transporte" aconteceram nas estações de metrô de Brahami e Ayios Antonios. Nos últimos dias estas ações têm sido comuns em vários pontos de Atenas, onde estações são visitadas por pequenos grupos anarquistas que sabotam as máquinas automáticas de vendas de bilhetes, e distribuem folhetos convocando para a auto-organização dos passageiros.
Neste sábado, ao menos mais quatro estações de rádio foram ocupadas ("Best", "En Lefko", "Athina 9,84" e "República 100,3"; textos contra a violência de Estado e em solidariedade com os detidos nas revoltas foram lidos.
Um nutrido grupo da Ocupação da Escola Politécnica se reuniu no lugar onde Alexis foi assassinato, no bairro de Exarchia. Foram lidos vários relatórios das ações de solidariedade que estão acontecendo pelo mundo.
Em Tessalônica, anarquistas ocuparam um cinema no centro da cidade e arremessaram bolos e doces no prefeito Vassilis Papageorgopoulos e em alguns vereadores presentes. O prefeito e seu staf político participavam de um evento natalino.
Algo que merece a pena mencionar, quanto a capital Atenas, é que aparte do que ocorre no centro (já que é o único lugar que se mostra pelos meios de comunicação), há um montão de iniciativas e muito movimento nos bairros periféricos. Hoje (20), sucederam diversas "pequenas" manifestações descentralizadas nos bairro de Gyzi, Peristeri (onde um segundo estudante de 16 anos levou um tiro na mão), Chaidari, Petralona, Nea Smyrni, Victoria, Vyronas, e nas cidades de Tessalônica, Heraclito e Larisa.
Somos a imagem do futuro
(adaptado a partir das notícias da A.N.A.)