O advogado que levou, entre outros, os casos dos antifascistas mortos em ataques nazis e de Chechenxs violadxs, raptadxs e assassinadxs, foi assassinado no metro com um disparo na nuca feito pelas costas, no dia 19 de Janeiro em Moscovo. Nesse momento, acompanhava-o uma jornalista com afinidades a grupos anarquistas e ecologistas, que se virou contra o autor do disparo e acabou por ser morta também, com outro tiro na cabeça.
Texto de um dos flyers antifascistas, distribuído na manifestação de 20 de Janeiro de 2009, em Moscovo:
"A 19 de Janeiro, o famoso advogado Stanislav Markelov e a jornalista da Gazeta Novaya, e anarquista Anastasia Baburov foram assassinados na baixa de Moscovo. O assassino disparou sobre eles com um revólver, quando estes saíam de uma conferência de imprensa sobre a libertação do Coronel Yuri Budanov, que violou e matou Elza Kungayeva, uma rapariga Tchechena. Stas representou a família da rapariga morta neste caso. Stanislav defendeu as vítimas em casos como os de assassinatos e raptos de civis na Chechenia, e os assassinatos de antifascistas em Moscovo e São Petersburgo. Ele também representou Mikhail Beketov, o jornalista e defensor da floresta Khimi, que foi brutalmente atacado. Recentemente, ele também tinha estado a levar o caso de Alexei Olesinov, que ainda está em prisão preventiva por crimes/acusações políticas.
Anastasia Baburova era uma jornalista free-lance e participante activa em vários movimentos sociais e ambientais. Nos seus artigos ela escrevia sobre vários problemas da sociedade russa como o nazismo. Frequentemente, ela participava em acções de protesto contra a construção de instalações de queimas de resíduos, a perseguição de activistas políticos e sociais e o desalojo de pessoas dos seus dormitórios.
Não existe qualquer dúvida de que Stas e Anastasia foram assassinados por causa das suas actividades e posições políticas.
Queremos saber exactamente quem foi que executou Stas e Nastya. Mas não temos ilusões sobre o estado Russo. Quem quer esteja por detrás deste crime, eles são parte do sistema autoritário do país, parte do sistema de agentes da KGB e oligarcas que praticamente esmagaram toda a gente que não concordava com as suas políticas.
Estes não são os primeiros assassinatos políticos nos últimos anos. Anna Politkovskaya, Ilya Borodaenko, Yuri Chervochkin, Magomed Yevloyev, Fyodor Filatov: a lista segue e não pára. Nós não vemos nenhum progresso sério nestes casos. O Ministério Público faz a supervisão pessoal destes casos para garantir que as pessoas que realmente encomendaram estes crimes não são detidas.
Porque isto é o que se passa, nós exigimos, no mínimo, a resignação do ministro do interior Nurgaliev e de todos os seus deputados! Exigimos o fim da perseguição de activistas sociais e políticos que se opõem às autoridades actuais! Exigimos um verdadeiro controle público das investigações de todos estes crimes!
Nunca esqueceremos! Nunca perdoaremos!"
Esta manifestação foi reprimida pela bófia duas vezes e houve detenções. À terceira tentativa, com a presença de mais ou menos 200 pessoas coseguiram avançar pela cidade, atacaram lojas de grandes cadeias e invadiram o metro, entrando em confrontos com a polícia e seguranças privados. Houve mais algumas detenções, no entanto, a maior parte dos antifascistas conseguiu prosseguir.
"os fascistas matam, as autoridades encobrem-nos!"
(mais informação em http://chtodelat.wordpress.com )
2008> os números da polícia indicam que na capital foram cometidos mais de 90 ataques contra cidadãos de fisionomia não-eslava. 47 foram assassinados e 46 gravemente feridos.
21 de Julho de 2007> Um ambientalista russo foi espancado até à morte e sete outros ficaram feridos no sábado (21) quando um grupo armado com barras de ferro e tacos de baseball atacou um acampamento de manifestantes "eco-libertários", que protestavam próximo a uma usina de processamento de dejectos nuclear na Sibéria.
13 de Novembro de 2005> Ataque neo-nazi a dois anti-fascistas. Timur Karatchava e Maksim Zguibai foram rodeados por um grupo de 8-10 jovens de gorros pretos que gritavam frases nazis. Timur foi esfaqueado no pescoço e morreu. Maksim foi internado no hospital em estado grave, com cortes nos braços, nas costas e na cabeça.
15 de setembro de 2005 > Na avenida Névski, em São Petersburgo, uns desconhecidos esfaquearam até a morte um estudante da República do Congo, Epassaku Rolan Frans. Os agressores não foram encontrados.
13 de outubro de 2004 > Em São Petersburgo foi assassinado um estudante vietnamita de 20 anos, Wu Na Tuanh. Segundo testemunhas, o rapaz foi atacado por um grupo de 14-15 jovens e esfaqueado até a morte.
19 de junho 2004 > Em seu próprio apartamento em São Petersburgo foi assassinado Evgueni Guirenko, cientista e pesquisador das causas do ódio racial ou religioso que ajudava na investigação de todos os casos de crimes cometidos por grupos neo-nazistas. O assassino não foi encontrado.
9 de fevereiro de 2004 > Em São Petersburgo um grupo de jovens atacou crianças tadjiques. Khurcheda Sultonova de 9 anos morreu após ser esfaqueada.