Dia 20 de Maio assistimos a mais uma sessão do julgamento farsa dos “25 de Caxias”, na qual foram ouvidas “importantes” testemunhas da acusação.
Foram praticamente unânimes ao não reconhecerem os arguidos, não os identificando como os autores das barricadas e do fogo, referindo somente dois deles como representantes dos reclusos, na altura.
Mais uma vez foi banalizado o verdadeiro motivo desta revolta; e foram minimizados todos os protestos e reivindicações já feitas até à altura, considerados “normais”.
O papel da juíza destacou-se mais uma vez pela sua indiferença em relação aos problemas reais existentes na prisão (falta de assitência sanitária, negligência médica, falta de higiene, prepotências...) tantas vezes referidas nas declarações já ouvidas.
Foi também interessante ouvir o número de feridos: “2 guardas e 2 ou 3 reclusos”. Mas andamos a brincar? Foram brutalmente espancados cerca de 180 homens durante 4 dias, alguns dos quais, repetidamente! Só nessa noite (de 23 de Março de 1996) quantos mais não foram para o hospital, e quantos mais ficaram nas “suas” celas sem direito a qualquer tratamento?
Disso já não se lembram, admitindo apenas a mistura forçada entre reclusos com doenças infecto-contagiosas e a restante população prisional, bem como a sobrelotação das prisões na altura, especialmente na prisão de Caxias, onde viviam 3 a 4 reclusos em celas para uma pessoa, violando, assim, sistemática e descaradamente as suas próprias regras.
O teatro continua no próximo dia 17 de Junho, com mais mentiras e faltas de memória. Não sabemos se poderá haver assistência, visto que nesta última sessão, a assistência foi expulsa da sala devido a “atritos” com os guardas prisionais presentes.
JAMAIS NOS PODERÃO CALAR.
ATACAMOS AS SUAS LEIS.
DESTRUIREMOS AS PRISÕES