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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Anarquista grego foge de helicóptero pela segunda vez da mesma prisão!


Anarquista grego foge de helicóptero pela segunda vez da mesma prisão

O anarquista grego Vassilis Paleokostas, e seu comparsa, o albanês Alket Rizaj, realizaram uma fuga espetacular em helicóptero de uma prisão de segurança máxima grega pela segunda vez em três anos, neste último domingo (22). A fuga se deu em meio a tiroteio com guardas do presídio.

Ambos foram pegos no pátio da prisão Korydallos, em Atenas, na tarde deste domingo. Os detentos escalaram uma escada de corda lançada por uma mulher que estava no helicóptero.

Guardas em solo abriram fogo e a mulher atirou de volta com um rifle automático. Não houve relatos de feridos.
Paleokostas e Rizaj escaparam da mesma prisão através do mesmo método há cerca de três anos
Mais tarde, um casal de idosos encontrou a aeronave abandonada perto de uma estrada ao norte de Atenas. O piloto estava vendado, amarrado e com um capuz na cabeça. Ele disse à polícia que o helicóptero havia sido alugado por um casal que dissera querer ir de Itea, no centro da Grécia, a Atenas, e que foi obrigado a participar da fuga, ameaçado com uma arma automática e uma granada de mão. O casal havia alugado o helicóptero algumas vezes nas semanas anteriores.

Paleokostas e Rizaj deveriam aparecer perante um magistrado nesta última segunda-feira (23) justamente em razão da fuga anterior de helicóptero, em 4 de junho de 2006. A operação havia sido planejada pelo irmão mais velho de Paleokostas, Nikos, condenado que fugiu da mesma prisão em 1990, durante fuga em massa.

Nikos foi recapturado pelas autoridades em setembro de 2006 e ainda está na cadeia. Ele foi condenado por 16 roubos a bancos.

Rizaj, imigrante albanês, também foi recapturado em setembro de 2006. Vassilis Paleokostas foi preso em agosto de 2008.

Enquanto esteve foragido, Paleokostas é suspeito de planejar o seqüestro, em junho de 2008, de um proeminente empresário grego, Giorgos Mylonas, refém por 13 dias até o pagamento do resgate por sua família.

Vídeo da fuga: http://www.youtube.com/watch?v=4qbJ1RLqqAw

Vassilis e Nikos Paleokostas, dois irmãos, duas “lendas rebeldes” bem conhecidas na Grécia

Desde a queda do império Otomano em 1821 a Grécia passou a conhecer uma grande tradição muito popular de ladrões classistas e sociais, como sendo uma resposta à pobreza e à exploração. Estas pessoas tomariam de volta o dinheiro dos ricos, das autoridades, dos exploradores, e freqüentemente se escondiam em vilarejos, com a ajuda das pessoas; estas se recusariam a ajudar a polícia e os protegeria das autoridades.

Os rebeldes sempre tiveram fortes conexões com as pessoas e providenciaram para suas comunidades, por exemplo, apoio financeiro para educação e medicação, tendo por sua vez proteção da comunidade em relação à polícia. Nesta realidade, os dois irmãos Vassilis e Nikos, e ainda muitos outros, que cresceram em uma família muito pobre, não poderiam mais suportar suas próprias explorações e escravizações bem como as das pessoas que os circundam nesta sociedade, e assim, durante os últimos 30 anos, eles têm vivido suas vidas como rebeldes sociais.

Eles fizeram dezenas de assaltos a bancos, roubos de carros e fugas de presídios, mas nunca tiveram roupas elegantes, dirigiram carros caros ou viveram em casas luxuosas. De fato teve uma vez que eles atiraram de volta o dinheiro para o chão do banco, porque aquele pequeno montante não era a quantia que eles realmente precisavam. Tudo isto foi sempre enviado para onde era necessário e compartilhado com as pessoas que os protegeram, os esconderam e ainda não vão dizer uma palavra sequer para a polícia sobre os seus companheiros.

Durante todos esses anos eles permaneceram nos “subsolos”, enquanto eram trilhados pela polícia de tempos em tempos, quer resultando em bem-sucedidas fugas em carros roubados ou tendo que enfrentar um infeliz tempo de prisão. Sempre escapando dela, no entanto, com a amante e espetacular ajuda do outro irmão.

Por toda a década de 80 eles fizeram muitos assaltos, até Nikos terminar na prisão em 1988, mas foi solto pelo seu irmão, Vassilis, poucos dias mais tarde, jogando, pelo lado de fora, uma corda sobre o muro da prisão. Dois anos depois, em fevereiro de 1990 ele foi preso novamente. Um mês depois Vassilis foi infortunadamente pego com um amigo, enquanto tentava resgatar seu irmão. Esta foi, supostamente, a primeira vez em que ambos estavam na prisão ao mesmo tempo.

Em dezembro de 1990, no entanto, Nikos escapa da prisão Korydallos em Atenas após um enorme levante no presídio; a polícia então estaria procurando por ele pelos próximos 16 anos, até que o pegou, por acidente, quando estava em uma batida de carro em 2006. Desde então ele nunca mais saiu.

Em 1991 Vassilis consegue escapar da prisão de Halkida. Em 1992 ele rouba um banco. Em 1995, juntos, eles assaltam um banco em Atenas. Em dezembro de 1995 eles estavam sendo acusados de seqüestrarem o presidente da Haitoglou, uma grande fábrica de “halvas” (comida grega). Eles, supostamente, o deixaram ir após quatro dias e também após receberem 750.000 euros de resgate. O ministro da ordem pública profere então um mandado de prisão que circulou na televisão e na rádio, além de cartazes com as fotos deles e uma recompensa exatamente de 750.00 euros.

Em 1996, Vassilis foi rastreado pela polícia em Korfu, mas conseguiu escapar dela tomando um carro. Dois anos mais tarde a mesma situação ocorre em Yanitsa, e volta a se repetir em maio de 1999. Em 2003, Nikos faz uma fuga espetacular com um helicóptero.

Em 2006, Nikos, de bicicleta, roubou um banco em Veria e fugiu porque a massa de policiais lá presente estava completamente preocupada com a proteção do presidente que estava visitando as ruas de Veria naquele exato momento. Em setembro daquele mesmo ano ele teve um acidente de carro e foi preso novamente, após muitos anos se escondendo e vivendo como um fugitivo.

A polícia descobre sobre a identidade e o paradeiro do grupo porque um quarto homem estava gastando largas somas de dinheiro em carros luxuosos em Creta. Também porque Georgos Mylonas tinha declarado à polícia que durante seu seqüestro ele tinha ouvido aviões sobrevoando por lá muito freqüentemente. Com a prisão do homem em Creta eles descobriram que tinham alugado uma casa em Souroti, uma tranqüila área perto de Tessalonica, próxima ao aeroporto. A polícia alega que com 14 policiais da força especial e 10 policiais civis (é muito possível que havia bem mais), eles cercaram a casa em Souroti. Ambos foram presos lá, onde tinham também mantido Mylonas e a artilharia.

No dia 22 de agosto de 2008, todos eles foram levados ao promotor, que deu à eles três dias para preparar a defesa, e decidir sobre a continuidade da detenção pré-julgamento deles. Encaram nove acusações (3 crimes, 6 delitos). Após o processo eles foram arrastados por dois grandes policiais da tropa de elite para a imprensa, ávida para tirar uma foto dos mais procurados na Grécia, e orgulhosa de mostrar a todos que eles foram pegos; o pesadelo de todo o sistema que impõe a lei, o controle e a punição sobre as pessoas.


agência de notícias anarquistas-ana



garça pousa



na pista do aeroporto



tem o avião a mesma graça?



Charles Bicalho



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Apresentação da publicação "Presos em Luta" no CCL, Cacilhas * Almada



No Sábado, dia 28 de Fevereiro vai ser apresentada a publicação "Presos em Luta: Agitações nas prisões portuguesas entre 94 e 96".
Terá lugar no Centro de Cultura Libertária, pelas 16:00h e contará também com uma conversa sobre o motim de Caxias e o processo contra os 25 acusados, bem como, as lutas nas prisões portuguesas nos anos 90.

A publicação já está disponível para download em http://presosemluta.tk/
copia e distribui!

Saltar para o desconhecido





Estão disponíveis para download os dois números da revista Saltar para o desconhecido em http://www.4shared.com/file/89107799/ec5d2267/saltar_1_final.html? (o número 1)

http://www.4shared.com/file/89109054/dbc97060/saltar_2_final.html? (o número 2)



Boletim Anarco-Sindicalista nº 30 - Fevereiro-Março 2009




Boletim Anarco-Sindicalista nº 30 – Fevereiro-Março 2009

Versão para net:
- Boletim Anarco-Sindicalista nº 30 (A4)
http://www.freewebs.com/ait-sp/bas/BAS_30.pdf
- Separata Solidariedade com a Revolta na Grécia (A4)
http://www.freewebs.com/ait-sp/bas/BAS_30_SeparataGrecia.pdf

Versão para impressão:
- Boletim Anarco-Sindicalista nº 30 (A3)
http://www.freewebs.com/aitbas/bas/para_impressao/BAS_30_A3.pdf
- Separata Solidariedade com a Revolta na Grécia (A3)
http://www.freewebs.com/aitbas/bas/para_impressao/BAS_30_A3_SeparataGrecia.pdf


Neste número do Boletim Anarco-Sindicalista:
- Lutas laborais e despedimentos em Portugal
- “Motim” de Caxias: Linchamento judicial 13 anos depois
- Concentração na Amadora contra a repressão policial, por Kuku e outras vítimas dos mercenários do Estado
- O mesmo de sempre: A “crise” é para os trabalhadores e as camadas mais pobres e marginalizadas da população
- A face escondida da “crise”
- Sócrates e os ricos
- Agitação social na Islândia
- RÚSSIA: Advogado e jornalista assassinados em Moscovo
- CHILE: Assassinato de um jovem anarquista na Comunidade Mapuche Temucuicui
- CNT-AIT convoca greve geral no município de Lebrija (Sevilha)
- 1934 - A revolta dos sindicatos livres contra o fascismo

Separata Solidariedade com a Revolta na Grécia:
- Breve Cronologia
- A Solidariedade é uma Arma
- Nada será como antes, nunca mais
- Declaração da Assembleia de Ocupação da Sede da Confederação Geral dos Trabalhadores da Grécia (GSEE)


Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa
http://ait-sp.blogspot.com

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Indivíduos anarquistas registados em Pisa

Indivíduos anarquistas registados em Pisa

A 18 de Fevereiro de 2009 alguns indivíduos anarquistas foram alvo de registos por parte dos bófias da DIGOS sob ordens do procurador adjunto Tatangelo.

"Não fomos interrogados, mas somos suspeitos de estar em "contacto próximo com os investigados" por "atentado com artefactos explosivos".

Confiscaram computadores, material informático e postal, em particular a correspondência que desde há anos mantemos com os presos anarquistas Marco Camenisch e Gabriel Pombo da Silva. Os fiéis servos da repressão pretendem quebrar a forte ligação que une os rebeldes anarquistas, dentro e fora das prisões.
Este novo acto repressivo vem poucos dias depois do trânsito para julgamento de alguns de nós por 270bis1, 270ter2, 813 e 100 c.p.4 desde a procuradoria de Florença, às ordens do Império Benetton. Parece que a este seguir-se-ão outras desagradáveis visitas, visto o interesse que estão a mostrar face ao nosso empenho solidário com os presos anarquistas em luta, em Itália assim como no Chile, na Suíça, na Alemanha...
Parece que os ridículos CSI locais continuarão a coleccionar material biológico sob todas as formas. É uma pena que os últimos boxers confiscados não tenham sido "made in United Dolors of Benetton!"

Morte ao Estado!



Individualidades anarquistas

1.- art. 270bis, artigo do código penal Italiano aplicável a crime de associação subversiva com objectivos terroristas, com pena de 7 a 15 anos de prisão por comissão e de 5 a 10 por participação.

2.- art. 270ter, artigo do código penal Italiano aplicável a crime de assistência, refúgio ou favorecimento de alguém imputável de associação subversiva com ou sem finalidade terrorista, penalizado com até 4 anos de prisão.

3.- art.81, artigo do código penal Italiano aplicável à reincidência e continuidade de crime.

4.- art.100, art. do cód. pen. It. aplicável a quem comete um crime, já tendo sido condenado por outro.

(Traduzido do site informa-azione.info. Notas adicionadas pela CNA Albacete, numa tradução publicada em klinamen.org)

Os companheiros registados são Silvia Guerini e Costantino Ragusa, companheiros anarquistas do grupo Il Silvestre. Não foram constituidos arguidos, sendo que há referência a uma acção com explosivos em Turim, em 2007, reivindicada pela F.A.I. - R.A.T., sendo suspeitos de um "contacto próximo com os investigados".
(Informação dada pelo Il Silvestre, em informa-azione.info)

28 de Fevereiro, 11h: é dia de mostrar solidariedade - Praça do Marquês - Porto




Sábado, 28 de Fevereiro, é dia de mostrar solidariedade. Com os putos que a polícia mata por terem a cor e o saldo bancário errados. Contra liberdade de expressão transformada em processo-crime. Com as vítimas pedonais da violência policial. Com os utentes criminalizados por se manifestarem. Contra o julgamento plenário de quem se atreve a protestar lado a lado com as minorias.

Na praça do Marquês, no Porto, se não chover muito, vai haver festa. Quer-se animação e informação: música, conversas, bancas, flyers, faixas, comida, teatradas, palhaçadas, jogos. A CasaViva vai estar por lá a animar meia dúzia de coisas. Mas só vai ter piada e importância se apareceres também, principalmente se trouxeres a tua cena para juntar à festa.

A festa começa às 11h00.

Até lá.

Um abraço
CasaViva




Mordamos-lhes os calcanhares!


A 6 de Dezembro de 2008, em Atenas, Grécia, um agente da autoridade baleou mortalmente um puto de 15 anos. Alegou auto-defesa. A 20 de Dezembro, como resposta ao apelo duma universidade da capital helénica, colocamos, na fachada da CasaViva, o nº. 167 da Praça da Marquês, uma faixa a dizer "o estado criminaliza, a imprensa aponta, a bófia dispara! Hoje Grécia, amanhã...". Alegamos solidariedade erepúdio pela violência policial.


No dia 4 de Janeiro deste ano, à noite, um agente da portuguesa PSP matou, na Amadora, também a tiro, um outro puto, este de 14 anos. Alegou que disparou a dois metros em auto-defesa. A primeira alegação parece ter sido desmentida pelas peritagens e, também por isso, são-nos permitidas sérias dúvidas sobre a credibilidade da segunda, levantadas já, aliás, pelos comentários feitos por quem conhecia a vítima do disparo policial.


No dia seguinte, 5 de Janeiro, pelas 15h00, a mesma PSP, que não os mesmos agentes, retirou a faixa do 167 da Praça do Marquês, no Porto. Alegou que incitava à violência. Talvez tenham julgado que o seu colega da Falagueira, o tal que disparou a matar sobre o tal puto de 14 anos, considerou a faixa como uma inspiração e que, depois de ver o Estado a fazer leis que protegem os privilegiados e que criminalizam a pobreza, depois de ver as televisões a apontarem, não aos que têm de mais, mas aos que nada têm,acabou por ver na faixa a luz que iluminava o caminho a seguir.


Não nos parece. Acreditamos, antes, que, por azar, a faixa acabou por se revelar premonitória e colocou o dedo na ferida. Na Grécia, está, ainda neste momento, a acontecer uma revolta popular que junta estudantes, jovens com contratos e vidas precárias, trabalhadores explorados e cidadãos que, por serem doutro país, são considerados de segunda. Nas ruas, nos locais de trabalho e nas escolas, há milhares

de pessoas que dizem Basta! a um sistema que se baseia no dinheiro, no lucro e na propriedade e tentam inventar novas formas de organização que lembrem sempre que, no topo das prioridades, têm que estar as pessoas e o planeta que lhes permite viver. No entanto, os jornais e as tvs, que, não por acaso, são propriedade dos mesmos que a revolta grega contesta, limitaram-se a passar notícias e imagens de motins, remetidas para a prateleira da "violência sem justificação".


Enquanto assim foi, o Estado podia permitir-se respeitar o direito à livre expressão. Até que as coisas descambaram assim que surgiu uma situação em que essa liberdade podia levar alguém a efectivamente pensar e pôr em causa esta merda de mundo em que se diz que todos nascem iguais, quando, na realidade, a maioria vem ao mundo condenada à mais abjecta miséria, para que alguns possam nadar no meio da mais pornográfica opulência.


Os poderosos, nome genérico com que pretendemos representar todos os que são responsáveis e beneficiários da organização económica e social da humanidade, sabem que o seu modelo, ao levar tão longe a exploração, está prestes a atingir um ponto de ruptura. E percebem que, depois de séculos de espezinhamento, uma grande parte da população não é mais do que vapor de água numa panela de pressão. Na tentativa desesperada de conter as águas e manter tudo como está, acham que já não chega manipular as opiniões, através do controlo dos meios de comunicação. É preciso cortar pela raiz qualquer tentativa não institucional de dissidência e resistência.


Este início de 2009, com uma carga repressiva pouco habitual, é sintomático. Para além dos episódios já referidos do assassinato na Falagueira, Amadora, e da censura da faixa na CasaViva, há ainda a acrescentar, pelo menos, mais dois no Porto e um terceiro em Almada.


O primeiro, o julgamento de pessoas envolvidas numa manifestação contra a alteração das carreiras e dos horários dos autocarros da STCP. Quando não se consegue criminalizar o acto de protestar, arranjam-se esquemas para criminalizar as pessoas, alegando-se que a licença para protestar não foi pedida em tempo útil. Demonstrando como, nesta democracia, protestar contra uma decisão da administração da STCP que não tem em conta os utilizadores dos transportes é menos legítimo do que essa própria decisão.


O segundo, a transferência do julgamento de activistas pelos direitos dos migrantes para um tribunal potencialmente mais "duro", fazendo com que a moldura penal possa ir de 2 a 8 anos de cadeia. Isto, lembremos, por terem decidido que foram os actuais arguidos os responsáveis por um panfleto onde se denunciava a atitude racista do então director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do Porto. Demonstrando que, nesta democracia, uma denúncia sobre práticas racistas é menos legítima do que essas próprias práticas.


Por fim, quando alguns almadenses decidiram sair para a rua a exigir que um determinado espaço pedonal fosse efectivamente respeitado como tal, a polícia, sem ter havido qualquer tipo de provocação, começou a carregar indiscriminadamente, ferindo pessoas, ameaçando outras, pondo-as em perigo a todas. Demonstrando, enfim, que, nesta democracia, a polícia se parece muito com a de outros tempos, a polícia é quem mais ordena.


A liberdade de expressão, tal como todas as outras liberdades, só é respeitada desde que não ponha em causa a paz dos poderosos, em que andamos todos a tentar comer-nos uns aos outros para ver quem apanha mais migalhas da refeição dos gajos lá de cima. Nesta altura em que até as migalhas já são poucas, está na hora de lhes mordermos os calcanhares, para que percebam que a refeição não é só deles e é para ser bem dividida de forma a dar para todos. Vão mandar a polícia impedir-te de os ferrares. Insiste! Se se sentirem apertados, pode ser que até te ofereçam da sopa. Mas, ainda assim, não vão querer partilhar o conduto. Há que lutar até que o tomemos! Para todos!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Publicação gratuíta: Presos Em Luta - Agitação nas prisões portuguesas entre 1994 e 1996 - saca e distribui !!!



http://presosemluta.tk/




Editorial

A 23 de Março de 1996 ocorreu um “motim” no Forte de Caxias, provocado por interesses de Estado, com o objectivo de acabar com as várias lutas em que os presos estavam empenhados. A revolta transpôs muros e instalou-se no debate público, onde algumas opiniões chegaram a questionar a existência da própria prisão e o seu papel na sociedade. Dos 180 detidos armazenados aos montes e indefesos,-entre o 3º esquerdo e o 3º direito- quase todos sofreram selváticos espancamentos durante vários dias. Dessa prática de terror resultaram múltiplas fracturas e comoções cerebrais, tendo ainda um preso ficado cego de um olho devido a um tiro de bala de borracha dos muitos que foram disparados pelos mercenários do Estado.

O Estado não cumpre a sua própria lei. É sabido que este sempre foi mestre na violação das regras que criou não hesitando em praticar qualquer crime, em interesse próprio, por mais horrendo que seja. No caso dos “presos entre muros”, basta uma simples olhadela pela imprensa de 94 a 96 para verificarmos a escandalosa violação sistemática dos “direitos dos presos”. Greves de fome, greves de trabalho, cartas e comunicados contestando e resistindo a tão cruel realidade, fizeram parte do quotidiano dos detidos a essa época. É neste ambiente que, por ordens superiores Estatais, foi provocada uma reacção espontânea dos presos. Distribuiram-se psicotrópicos fora da “refeição” e o director interino da Direcção Geral dos Servicos Prisionais, em “diálogo” com os presos legítimamente indignados demonstrou o seu total desprezo por eles, seria esta a faísca que iria acender a mecha.

Como é possível que, com total descaramento, treze anos depois, venha o Estado pretender culpar 25 detidos à época, acusando-os em processo judicial de motim, incêndio e danos qualificados?! Alega o Ministerio Público que os presos começaram a organizar-se com lutas de greve de fome e de trabalho duas semanas antes de 23 de Março. Pretendem assim silenciar o contexto de corrupção, de impunidade, e de graves violações à dignidade humana, assim como as lutas de resistência ocorridas nos dois anos anteriores!…

Contra tal “branqueamento” individualidades e diversos colectivos resolveram criar esta publicação, no sentido de relembrar os acontecimentos ocorridos entre 94 e 96 em quase todas as prisões nacionais, mani-festar repúdio perante tão absurdo processo judicial, desmontando a farsa da acusação e denunciar a actuação repressiva dos orga-nismos Estatais, que tiveram um papel activo no aumento do terror vivido nas prisões portuguesas nos anos 90- e que ainda hoje tristemente continua- com o assustador e esclarecedor número de mortes, doentes sem o devido tratamento, presos a cumprirem “condenações” perpétuas encapotadas, mantendo esta escandalosa situação num limbo camuflado e invisível.

Governo, Procuradoria Geral da República e DGSP foram e são os responsáveis pelo que ocorreu e continua a ocorrer com total hipocrisia e silêncio no interior das prisões. O que saíu nos media é apenas a ponta do iceberg. A haver um julgamento com as regras do Estado de Direito, deveria ser o Estado a sentar-se no banco dos réus e nunca quem sofreu essa estruturada, premeditada e incomensurável violência. Se as pessoas pudessem integralmente conhecer a realidade do interior das prisões, ainda que por uma hora apenas, certamente se levantariam em peso para repudiar veementemente este “novo holocausto”, como diz o dissidente criminólogo Nils Christie.

Recentemente, na Europa, várias lutas ocorreram e algumas continuam: em Agosto de 2008 cerca de 550 presos estiveram em greve de fome nas prisões alemãs, reivindicando “melhorias” no sistema prisional; em Novembro a quase totalidade da população prisional da Grécia esteve também em greve de fome -acções de informação e solidariedade em relação a esta greve repercutiram-se por toda a Europa-; em Itália, onde existe prisão perpétua, quase todos os presos afectados por essas condenações levam a cabo desde 1 de Dezembro uma jornada de luta; vários presos de Córdoba e de outras partes de Espanha encetaram uma greve de fome em solidariedade com os prisioneiros de Itália reivindicando ao mesmo tempo uma série de reivindicações ao sistema penal e judicial do Estado espanhol; no verão, Amadeu Casellas, prisioneiro na Catalunha (Espanha) esteve 78 dias em greve de fome. Por cá, em Monsanto -um dos Guantanamos do país- vários detidos estiveram, no mês de Outubro, em greve de fome protes-tando contra as torturas de que são alvo e contra a total impunidade com que actuam os carcereiros desta cadeia.

A luta pela dignidade e pela liberdade jamais poderá ser contida seja em que prisão fôr!

Solidariedade e absolvição para os 25 de Caxias!

*
Páginas
o 1994: Agitações
o 1995: Sistema prisional chega ao fundo
o 1996: Dos protestos à verdade sobre o motim de Caxias
o A modos de epílogo
o A verdade sobre o motim de Caxias
o Editorial


http://presosemluta.tk/

21 de Fevereiro, sábado - Cinema Comunitário - Casa Viva, Porto




matiné comunitária

sábado, 21 fevereiro 16h30 entrada livre

2ª sessão mensal de cinema comunitário; Palestina 2ª parte:

A Valsa com Bashir, de Ari Folman
[em Hebraico, com legendas em Português, 90']


Em Junho de 1982, Israel invade o Líbano e dá início àquela que foi chamada a primeira guerra do Líbano. Depois de dois meses de incessantes bombardeamentos, é finalmente negociado o retiro das tropas israelitas de Beirute. No ano seguinte, como represália pelo assassinato do adorado líder Bashir Gemayel, as milícias libanesas invadem os campos de refugiados palestinianos de Sabra e Shatila e massacram os civis, um ataque em área controlada pelo exército israelita e com conhecimento do mesmo.



A Valsa com Bashir é um filme de animação realizado por um ex-militar israelita que combateu nessa guerra, com história baseada em dados biográficos:


"Uma noite num bar, um velho amigo de Ari Folman fala-lhe de um pesadelo recorrente no qual é perseguido por 26 cães enraivecidos. Todas as noites a mesma quantidade de monstros. Os dois homens chegam à conclusão que há uma ligação com o exército israelita, durante a sua primeira missão na primeira guerra do Líbano no início dos anos 80. Ari fica surpreendido pelo facto de já não se lembrar de nada desse período da sua vida. Intrigado pelo enigma, decide entrevistar velhos amigos e camaradas por todo o mundo. Ele precisa de descobrir a verdade sobre essa altura e sobre ele próprio. Enquanto Ari se envolve cada vez mais no mistério, a sua memória começa lentamente a despertar imagens surreais…"


Título Original Waltz With Bashir (Israel/Alemanha/França/EUA, 2008)
Realização Ari Folman
Argumento Ari Folman
Intérpretes Ari Folman Ron Ben-Yishai Ronny Dayag
Animação David Polonsky
Música Max Richter
waltzwithbashir.com




cinemacomunitario.blogspot.com


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sábado, 21 de Fevereiro, Dia de convívio ao sol na Kylakancra




Sábado, 21 de Fevereiro
a partir das 10 da manhã

. Recolha de lixo
. Almoço
. Workshop de máscaras em papel/ mais 1 workshop a definir
. Jantar 80's
. Festa e Bar

na Kylakancra
Subúrbios de Setúbal
ver mapa


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Contra uma cultura agre... Limpeza do jardim do Espaço Musas, Rua do Bonjardim - Porto




Discussão sobre solidariedade revolucionária

"Gostaríamos de lançar esta discussão sobre solidariedade revolucionária porque sentimos que nem sempre é clara a maneira como ela é vista ou abraçada, aquilo que as pessoas pretendem com as suas expressões de solidariedade, dado que vemos a importância de nos reconhecermos a nós próprios nas lutas, queremos discutir sobre aquilo que a envolve e sobre aquilo que se pensa que ela é. Porque regularmente vemos pessoas usarem imediatamente esta forma de actividade devido à necessidade de responderem à revolta, ao ataque e à insurreição que, nesse momento, estão a ocorrer noutro local longe dos nossos quotidianos ambientes sociais que nos são forçados. E portanto perguntamo-nos se é isso que a solidariedade devia implicar, e questionamos mesmo qual é o seu propósito, considerando que ela aparece completamente isolada e desconectada, tanto da luta importada, como da realidade local. A sabotagem, por si só, poderia por vezes ter muito mais significado como simplesmente o meio que é a sabotagem em si, do que a sabotagem como meramente uma resposta aos símbolos de outros.

O conceito de solidariedade revolucionária nasce de um conceito de luta geral previamente existente, como parte, ou melhor, como uma extensão dela que, por vezes, encontra pontos de ligação com outras lutas. O seu conteúdo, a motivação ou a intenção, os símbolos, métodos e a linguagem não mudam consoante a influência dos outros, ela simplesmente inspira-se quando nos revemos neles. Se não houvesse nada prévio que nos traz já para as ruas, algo que nos move ou aquilo por que lutamos, então os actos de outras pessoas criariam aquilo que fazemos e, sem isso, o que é que faríamos? Nada? De facto é isso que acontece, se não há luta no local de onde veio a solidariedade.

Nós não somos políticos nem autonomistas, que instantaneamente apoiam lutas, desde que estas brotem de certo terreno. A solidariedade revolucionária é sempre uma solidariedade crítica, com os nossos próprios meios, com as nossas próprias palavras, com a nossa própria perspectiva. Quando um ataque é lançado sobre pessoas que não são necessariamente consideradas companheiras desde meios anarquistas, ainda assim a solidariedade faísca nos nossos corações vinda dos pormenores de reconhecimento, que vão para lá do logotipo que está pendurado no pescoço de alguém, ou dos amigos que esse alguém possa ter. Com base nesse reconhecimento, o fogo alastra-se, por aquilo que nós lemos nele. Simultaneamente, quando companheiros mais expectáveis, vindos do conhecido meio anarquista, se revoltam, nós não queremos seguir como escravos do grandioso propósito revolucionário, do programa que é proposto, se não nos revemos nesse papel, ou nessas ruas, só por causa disso. Queremos olhar sempre para as coisas com os nossos próprios olhos, e absorver e digerir a informação individualmente com os nossos corações. É isso que torna a solidariedade forte; porque ela explodiu nas nossas caras, não porque foi delineada por outros.

Portanto, agir em solidariedade com outros não significa que pomos de parte as nossas diferenças, mas simplesmente que reconhecemos o outro como um indivíduo em luta. A pessoa, ou grupo, não é necessariamente um bom amigo, companheiro ou “sujeito revolucionário”. Mas, frequentemente, damos conta que os anarquistas têm medo de falar destas diferenças que temos entre “nós”, têm medo de estragar a força do movimento, assumindo neste caso que existe um movimento enquanto grupo homogéneo, como se fôssemos uma grande e feliz família. Como anarquistas, damos a maior importância às nossas perspectivas individuais, e desta forma nem sempre concordamos uns com os outros; não temos medo disso. Além disso, ter uma crítica em relação a outros em luta não significa necessariamente que sejamos oponentes/inimigos, ou que queiramos que estejam na prisão. Aquilo por que lutamos é pelo fim da existência de companheiros presos, ou de qualquer outra pessoa presa. Seria ridículo deixar qualquer resquício desses muros que tentamos combater para os poucos com que não nos damos bem, seja pessoalmente ou socialmente.

Sem nos sujeitarmos às pegadas de outros, calçando sapatos que na verdade não nos servem, nós preferimos caminhar descalços por diferentes florestas e escalar montanhas para chegarmos onde queremos estar, e mais tarde pode acontecer que nos voltemos a encontrar. Não tememos o conflito com os nossos companheiros, o que tememos é o aprisionamento do corpo e da mente. A crítica aguça os nossos pensamentos e marca os nossos passos individuais. Não porque sim, mas porque podemos.

Desta forma, a nossa forma de demonstrarmos solidariedade é independente daquilo que os comités pedem, e permanece colada à maneira como vemos, e àquilo que vemos, na continuação da nossa luta; indiferentes aos apelos, por exemplo, de acções não-violentas ou legais, propostas por estrategas dogmáticos, ou aos propostos desde as luzes da ribalta de políticos famosos e intelectuais. Se, por exemplo, uma plataforma de presos auto-organizados cria um comité-satélite pela resistência colectiva contra a imposição que são as suas vidas, reconhecemos essa ânsia de respirar através das paredes, independentemente de linhas de conduta delineadas para tornar a campanha mais cativante às mãos do comité. Queremos tomar a liberdade de nos juntarmos a essa luta, sem perdermos a pessoa que éramos antes da inspiração de vivermos esta resistência com eles, ou podemos continuar, mais tarde, sozinhos. Ninguém nos pode dizer que feramentas ou palavras estamos a não autorizados a usar. De facto, as nossas exigências para essa luta podiam bem vir de diferentes origens que as deles, ou conduzirem a diferentes discussões, mas os nossos passos permanecerão sempre nossos. Ou, por fim, quando o partido dos famosos, o gangue dos religiosamente devotos, nos ordena que saiamos às ruas para libertarmos os “inocentes”, as vítimas da caça às bruxas perpetrada pela madame justiça, pode bem ser que já lá estejamos, tentando abrir as portas da liberdade para os “culpados”.

Os fracos, os ídolos, as vítimas e os heróis têm sempre os seus roadies, mas nós não andamos à procura de sujeitos revolucionários, nem pretendemos sê-lo. Se a solidariedade revolucionária existe em nosso redor, ela é sempre a continuação de uma luta que temos estado a viver, que se liga a algo começado por outros, que simplesmente atiraram a bola de fogo para onde a pudéssemos apanhar, e continuaremos a atirá-la. Não temos de esperar que outras pessoas façam algo primeiro; nós estamos na nossa própria luta com o mundo que nos rodeia, na nossa própria realidade; aqui e agora. Quando somos inspirados por outros (longe ou perto), não temos de entrar no território deles, de seguir os seus símbolos; tentaremos, sim, alastrar esse fogo aos símbolos de autoridade e seus cúmplices que nos são impostos na nossa própria vida quotidiana.

Mas apercebemo-nos que, por exemplo, muito pouco estava a acontecer numa série de lugares, e desde a recente insurreição na Grécia que, assim de repente, muitas pessoas acordaram; ou melhor, responderam àquela explosão de revolta. É muito importante vermos que esta insurreição não irrompeu apenas por causa da morte de Alexandros Grigoropoulos em Dezembro, mas que explodiu a partir de um fogo que arde há já alguns anos com uma luta verdadeiramente forte, local e persistente contra a autoridade e a exploração. E elas também existem aqui! Não há putos a lutar contra os bófias nos subúrbios de Amsterdão todos os dias? Não existem revoltas nas prisões Holandesas, por mais pequenas que sejam? Não temos patrões que reclamam os nossos corpos? Não temos bancos que nos roubam o nosso futuro? Não temos Estado que nos faz reféns numa prisão cada vez mais vasta? Todos os dias... Que pobreza de luta anarquista é que isto demonstra? Será que o pessoal está à espera de uma razão? À espera do apelo? À espera do messias?

Por vezes esta é a “primeira” faísca a atingir o carvão, em vez de uma continuação, para que uma luta comece, como uma inspiração, mas ela deveria ser sempre tua.

Façamos a nossa própria luta, façamos guerra social."


Traduzido do Inglês, de um texto escrito e proposto como base para uma discussão sobre solidariedade revolucionária no café/bar Eigenaardig, em Amsterdão (Holanda), dia 12 de Fevereiro, quinta-feira.


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Acusados de Tarnac - As leis anti-terroristas_ Manifestação 31 de Janeiro - Paris , França



No dia 31 de Janeiro, Paris, assim que a manifestação dispersava, a bófia procede a detenções completamente arbitrárias. É doravante corrente ( e isso verificou-se no dia 24 de Janeiro, mas também, após a grande manifestação sindical de dia 29) que a policia prenda mais ou menos ao acaso manifestantes ( ou simples transeuntes ) no final das manifestações. Questão de se verem os números. Ganhar algumas perdas e danos, ( devido às acusações de ultraje e rebelião ). e, no caso da manifestação de dia 31 de Janeiro, de justificar esse facto com 125 bófias desfraldados e os seus canhões de água.

3 pessoas acusadas pela bófia de terem lançado projecteis foram sujeitas a interrogatórios, foram posteriormente libertadas sob controlo judicial na dependência do juiz de instrução;

O jovem agredido pela bófia no metro foi obrigado a apresentar- se em tribunal, pediu adiamento e deverá ser julgado no dia 3 de março;

No parque de merendas, na Praça Denfert ( um preso porque era portador de uma faca para almoçar, foi acusado de posse de arma ilegal ) deverá ser julgado a 23 de Março na câmara 29 às 9h


Manifestação de Barbés, dia 24 de Janeiro, na qual mais de 100 pessoas foram detidas :

7 pessoas vão ser julgadas dia 2 de Março;

6 pessoas vão ser julgadas no dia 2 de maio e uma pessoa foi sujeita a exame médico ( tinha a orelha ferida, o timpano perfurado e ficou 9 dias d`ITT* .. poderá ser esta a razão do tratamento distinto que teve )


Seguido deste artigo, os videos e as fotos da manifestação. Porque para além da repressão, vamos lembrar-nos-e-mos do que se passou na rua , a alegria, a raiva das 3000 pessoas presentes nesse dia contra o anti-terrorismo e determinados a saudar os detidos da prisão de Santé.



* Incapacidade Total de Trabalho: agressão avaliada por um médico para efeitos legais



traduzido de: http://www.soutien11novembre.org

http://www.soutien11novembre.org/spip.php?article333


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Carta de Ilias Nikola desde a prisão de Amfissa, Grécia



Na noite de 13 de Janeiro um engenho composto por botijas camping gas e gasolina explodiu na entrada da esquadra de Evosmos (município perto de Tesalonika). O vidro da fachada e o sistema de ar condicionado ficaram danificados.

Pouco depois paisanos detiveram Ilias Nikolau, anarquista de 26 anos.


Ilias Nikolau, juntamente com Dimitra Sirianaou e Kostas Halazas estiveram durante um ano sob mandato de captura no mesmo caso que Vagelis Botsatsis (acusados de vários incêndios). Vagelis saiu da prisão preventiva a 13 de outubro de 2008. A 14 de novembro, durante a greve de fome gigante que se fez nas prisões gregas, os 3 restantes, acompanhados por uma centena de companheiros, apresentaram-se na esquadra de Tesalonika. No dia seguinte decidiu-se que ficariam em liberdade até ao julgamento.


Agora Ilias é acusado de explosão, fabricação e associação. Ilias negou todas as acusações e negou que foi pilhado em flagrante. Tudo se baseia nos testemunhos dos bofias. Estes vasculharam a casa dos pais e da avó em busca de provas e nada.

No dia 15 de janeiro foi levado para a prisão de Amfissa.


Carta de Ilias Nikolau depois da sua entrada na prisão:


En la madrugada de martes 13 de enero en el oeste de Tesalónica, fui detenido como sospechoso de una explosión, que se produzco en la comisaria de policía municipal.

Esto ocurre un año después de noviembre 2007, cuando una acusación, inflada en manera increíble, fue lanzada contra mi y contra 3 de mis compañeros. Esta llevó a uno de nosotros a la cárcel y empujó a 3 restantes a emprender la fuga. La caza de brujas ha empezado.

Hemos vivido un diciembre bastante caliente y una situación que mostró muy claramente la ausencia de paz social. La paz social sigue existiendo solamente en la imaginación de aquellos, que no pueden entender el hecho que la realidad está marcada por una guerra civil permanente. De un lado hay bando revolucionario que se rebelan contra esta monstruosidad democrática.

La rabia emplazó al miedo y en lugar del asentimiento apareció el rechazo.

El diciembre, como un más señal de tiempos que están llegando, reveló una división muy clara entre los que alimentan, mantienen y defienden al Poder y los que le combaten.

Ahora no se trata de mirar atrás con la nostalgia a las cenizas que dejó la insurrección en su paso. Tenemos que entender y expresar las señales del presente y del futuro. Las señales que ya están y los que aún son para llegar. Las señales de una guerra social sin compasión.

Sí queremos que existen los momentos del rechazo, de la insurrección y de la dignidad, tenemos que armar nuestros manos y nuestros deseos en una manera decidida y organizada.


Estoy en contra de los que piensan que los demostraciones y protestas pacificas cambiarán algo, porque se trata de unos que ya están muertos. Arrastran sus cadáveres por las calles, por sindicatos y por las lujosas oficinas de sus jefecillos.

Me pongo a lado de los que están guiados por la dignidad y me junto con los que sienten la inagotable voluntad de perturbar y de destruir al ese cementerio inmenso.

El cárcel es una estación más para un rebelde. Una estación de cautiverio.

Por todo lo que pueden pensar que me han vencido- y que nos han vencido...¡ para mi y mis compañeros funciona al revés! Porque sí hay prisioneros de guerra significa que seguiremos luchando.

Mando saludos calurosos y rebeldes a mis compañeros y a los revolucionarios de todas partes.


LIBERTAD PRESOS DE LA REVUELTA

LIBERTAD PARA YANNIS DIMITRAKIS, POLI GEORGIADIS Y YIORGOS VOUTSI-BOGIATSIS y para todos los rehenes de la democracia

  • Ilias Nikolau
    cárcel de Amfissa
    19 de enero 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

benefit em aljustrel



Em Março de 1996 houve um motim na prisão de caxias, com a acusação de 25 presos. Treze anos depois o estado português decide julgar os "25 de caxias" por motim, incêndio e danos qualificados, ignorando as denúncias de maus tratos e espancamentos que estes inconformados sofreram no dia do motim.


6 de Fevereiro, 19h30 - Casa Viva - É só bater e entrar!!





agressiv
www.myspace.com/basiktheband

arames farpados
www.myspace.com/aramesfarpados


praça marquês de pombal, 167 porto
casa-viva.blogspot.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

FUCK MAY 68 FIGHT NOW

_Sábado, 7 de Fev a partir das 17h30
_Galeria zé dos bois, Rua da Barroca, 59
_proposta de www.radioleonor.org


«Por todo o lado cresce o deserto. O "império", o "capitalismo", o "biopoder", o "espectáculo" - os nomes para o descrever são tantos como as formas de resistência que se lhe opõem. Aos anos do neoliberalismo triunfante sucedem-se guerras infinitas e crises mundiais. A mudança de época é assinalada por momentos de conflito social e de subversão do quotidiano que tomam as ruas das grandes metrópoles, ocupam espaços e atravessam corpos, redescobrindo o prazer cúmplice do jogo e a partilha da desobediência. Chiapas, Seattle, Kabília, Génova, Buenos Aires, Paris, Barcelona, Atenas - o mapa do mundo enche-se de sinais que apontam a insurreição que vem.

Face à ameaça de um levantamento global, os vários Estados sofisticam não apenas as suas técnicas de vigilância, controlo e repressão, como também os discursos que legitimam e banalizam o seu uso. Toda a resistência é uma ameaça, todos os rebeldes se tornam possíveis terroristas.

Em Novembro de 2008, após a circulação de alguns comboios de alta velocidade ter sido interrompida por actos de sabotagem não reivindicados, a polícia francesa deteve nove habitantes da pequena aldeia de Tarnac, incriminados por "associação com fins terroristas". Numa gigantesca manipulação apoiada pelos media, o Ministério Público prendeu aqueles que considera serem os «cérebros» por trás das sabotagens, destruições e ilegalidades que vêm caracterizando inúmeros conflitos sociais em França. Na ausência de provas, criminalizou textos e ideias, lançando uma ameaça contra todas as formas de pensamento crítico. Apresentar, divulgar e partilhar as propostas, reflexões e experiências criminalizadas pelo Estado francês assumiu agora a forma mais elementar de solidariedade.
»



FILME > 17h30 > Get rid of yourself, de Bernadette Corporation. 2003, '61 min

CONVERSA > 18h40 > A insurreição que vem: Da Grécia a Tarnac, por radioleonor.org

APPEL > Lançamento do livro "Appel" (edições antipáticas, 2008)

JANTAR > 20h30 > vegetariano

CONCERTO > 22h30 > GAF

DJ SET > 23h00 > Les Tétons Baptiste | Dj Vaipes

(entrada_3€; entrada+appel_5€)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Alambique nº 2 - Centro de Cultura Anarquista Gonçalves Correia - Aljustrel


editorial:
Alambique, s.m. [do ár. ‘anbiq] –
1. Aparelho próprio para realizar destilações –
2. Fig. Aquilo que serve para apurar ou aprimorar

Passou muito mais tempo do que contávamos a sair com um segundo Alambique. Preferíamos de outro modo, mas talvez valha a pena entender a ausência em causa. Isto porque ainda que o tenhamos dito desde o inicio, o resultado que tem nas mãos, resulta de algo entendido como um Projecto em torno do que apelidámos de Centro de Cultura Anarquista (CCA) Gonçalves Correia. Julgamos porém que nos fizemos ultrapassar por esta designação, ou melhor pelos anseios que a mesma expunha. Ainda que cientes de lidarmos com algo meramente em construção, acabamos por resultar em pouco mais do que uma aglomeração, propulsionada pela existência de actividades programadas num determinado espaço, e não exactamente numa afinidade. Não pretendemos menorizar o que foi sendo feito, e muito menos a presença de um local em Aljustrel (e sobretudo o que este proporciona), mas na verdade por muito mais que tod@s o desejássemos, este espaço nunca se concretizou ele mesmo, e por si, num Centro de Cultura Anarquista. Daí que nos pese por vezes ver semelhante ênfase (essencialmente visto de fora e não de dentro), esquecendo aquilo que esteve sempre na base: um projecto. E como em tantas e outras repetidas situações erradamente pondo o espaço à frente do projecto. Não é nenhum drama, ver que as coisas acabam não sendo aquilo que tanto se fala (ou se espera), pelo que não esperem encontrarem-nos sempre no mesmo sítio do costume. Como Gonçalves Correia gostamos de vaguear…

Porque se ainda aqui estamos, é porque algo, uma dinâmica, mais importante subsiste. Um punhado de indivíduos que se encontra naquilo que outros chamaram de “projectualidade individual anarquista” na qual “para agirmos sobre a vida, ao invés de ela ser algo que nos acontece, precisamos de saber o que desejamos e como tentar alcançá-lo, precisamos de saber quem nos impede de o fazer e quem são os nossos potenciais cúmplices nesta aventura colectiva pela liberdade individual”. Cada um de nós age e toma a iniciativa no desenvolvimento do seu projecto, em possibilidades que se multiplicam quando nos cruzamos.

E apesar, ou por vias, da simplicidade desta equação, que tant@s já evidenciaram no eterno conflito do Individuo e do Estado, é hoje mais do que nunca desconcertante para a autoridade a palavra anarquistas. Entre este Alambique e o anterior, nunca a evidência nos foi tão directamente apresentada quando fomos convidados pela GNR de Aljustrel a “explicar” o que íamos fazer no Festival CCA Gonçalves Correia que aconteceu em Julho passado, sugerindo-se também eles incrédulos com um alerta lá de cima de alguns “leitores” atentos da blogesfera libertária. As inquietações destes democratas eram afinal as mesmas de sempre (há quem ainda pense que cabiam ao passado): do que íamos f-a-l-a-r …não eram os concertos, eram os debates e os workshops que os preocupavam. Atentos às palavras, e receosos, receosos como sempre. Alimentando o medo, como o combustível das nossas vidas.

E do que falámos? Exactamente aquilo que agora podes ler neste número. Nem pôr nem tirar. Leiam. Apenas uma matéria veio de novo, com tamanha força, que jamais deixará as coisas na mesma: Grécia. O mesmo mundo mediterrânico, acossado pelo progresso: destruindo olivais seculares, hipotecando a paisagem ao turista, e tal como nesta outra ponta da Europa, dominado pela repressão e pelo capitalismo. E a luta anti autoritária que aí nunca deixou de existir, de um dia para o outro, estava incontrolável.

Já houve quem dissesse: “não há qualquer dúvida de que uma nova fasquia foi colocada no que se pode esperar nos países Ocidentais durante a vindoura era de depressão económica e de declínio ambiental. Os governos europeus irão sem dúvida reforçar as suas políticas de vigilância e repressão em antecipação às crescentes agitações civis. Mas isso pode não ser suficiente para manter as populações subjugadas à medida que crise atrás de crise ponha em causa a existente combinação do poder e dos privilégios.”
Alentejo, Janeiro 2009


http://goncalvescorreia.blogspot.com/