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Após a derrocada do papão vermelho dos países "comunistas" aquilo que se pensava ser um dado adquirido, o Estado Providência, está a desaparecer.
Não só em Portugal mas por toda a Europa assistimos ao implodir dos direitos dos trabalhadores e à passagem do Estado Providência a um Estado Híbrido que vagueia entre o neo-liberalismo virulento e uma Espécie de Estado Empresarial autoritário que encara os trabalhadores efectivos como inimigo a abater e encoraja o trabalho precário em todos os sectores sociais, tanto no domínio privado como público.
As reformas fiscais ficam-se por uma classe média cada vez mais endividada, enquanto as grandes empresas, sustentáculo deste circo, permanecem intocáveis. Os pobres cada vez mais pobres engrossam a emigração e a imigração. O novo código de trabalho, a reforma da função pública, o aumento do custo de vida, o desemprego e a precariedade laboral criam na sociedade um clima de medo e de suspeição. Sócrates, mestre na arte da manipulação mediática é especialista na velha divisa do "dividir para reinar".
A culpa é atribuída à vez, aos professores, à função pública, à "crise mundial", aos governos anteriores, etc. Convertem-se direitos em "regalias", acabam-se as reformas, pretende-se que se trabalhe até aos 65 anos de preferência 65 horas semanais. O emprego estável acabou, a nós espera-nos uma vida de ansiedade sem saber bem qual vai ser o dia de amanhã sempre com o espectro do despedimento.
É isto o capitalismo, é isto a democracia. Explora-se a bom ritmo portugueses e imigrantes que só são bons enquanto estão ilegais visto que não se pretende enquadrar na sociedade essa mão-de-obra escrava que abunda por aqui, sendo disso exemplo a ultima lei do retorno.
Para além disto somos todos os dias limitados. O activismo é secundarizado e repressão e marginalização tornam-se constantes. Reina o preconceito e as causas justas são geridas por conveniências partidárias, seja a nível nacional, seja a nível global. A igualdade humana e animal é fictícia, o panorama ambiental é dependente de interesses, os direitos e liberdades são descurados e somos obrigatoriamente "habituados" à resignação e conformismo.
É neste cenário negro que nasce o grupo anarquista Alternativa Libertária. Grupo ainda em formação pretende ser mais uma pedra no sapato deste sistema suicida. Agregando vários anarquistas mais sensíveis ao espírito de militância e reivindicação social, a Alternativa Libertária tem como objectivo crescer e ter alguma visibilidade no tecido social português, atraindo inclusive indivíduos que se encontrem dispersos.
Internamente funcionamos segundo os postulados anarquistas usuais de não acumulação de cargos, da rotatividade dos mesmos bem como da revogabilidade destes. Somos partidários da acção directa e não abdicamos do uso da autodefesa e da desobediência civil.
Pretendemos ter uma dinâmica de activismo militante promovendo actividades (denúncia, reflexão, acção directa) que vão de encontro os problemas, expectativas e ansiedades das pessoas. Não temos problemas em trabalhar/colaborar com não anarquistas desde que respeitem os princípios (teóricos e práticos) libertários.
Porque para nós a anarquia não se resume a um estado de felicidade abstracto, à participação em debates estéreis de auto-elogio ou a metafísicas niilistas apelamos, a quem se revê no anarquismo social para participar nas nossas reuniões.
Porque queremos recuperar o controlo das nossas vidas e achamos que a única ferramenta que o possibilita é a organização social anarquista apelamos, a quem partilhe do nosso espírito para nos contactar e assim participar neste projecto em maturação.
alternativa-libertaria@riseup.net